A FEIRA DE S. MARTINHO
A ideia duma feira, em tempo de S. Martinho surgiu por ocasião da Festa de Nossa Senhora
da Maia. Duas Senhoras, D. Adélia e D. Maria Luísa, tiveram esta bela ideia e deram-lhe corpo.
Fixou-se o domingo dia 13 de Novembro, domingo mais próximo do S. Martinho e também acalentando o
desejo do seu verão.
Propagou-se o evento e foram muitas as pessoas que lhe deram acolhimento.
Como vai ser, como estará o tempo, qual o lugar, e muitos outros pormenores para que de facto
fosse realmente um acontecimento que fizesse mexer a Paróquia, e não só, era realmente o que
permanecia no pensamento.
O anúncio feito no final da Eucaristia de Sábado e de Domingo propagou-se por toda a
comunidade e tornou-se tema de conversa e em todos os lugares.
Só pelo acolhimento sentido em algumas pessoas já se divisava que iria ser um primeiro
sucesso.
A metereologia visual prometia dar bom tempo, mas as notícias anunciavam chuva… Tudo isto
tinha a ver com a feira pois pretendia-se que ela fosse ao ar livre e no Adro do Santuário
de Nossa Senhora do Bom Despacho.
Creio que não houve ocasião como esta em que tantas pessoas olhassem para o céu para tentar
adivinhar o tempo climático e assim poderem pensar na “banca de vendas” e na indumentária a
sair do fundo da arca, pois lá se encontra a tradicional que noutros tempos era usada nas
festas e romarias.
Haja chuva ou sol a feira era garantida. “Se chover vai-se para o Rés-do-chão do Centro
Social que está a ser edificado, se houver sol, vai-se para o Adro” assim se ia dizendo.
A manhã de Domingo foi mesmo de chuva. O “ai se…” não teve alternativa. O portão abriu-se e
os grupos ou as pessoas individualmente foram montando as suas mesas e nelas espalharam os
seus artigos, ou pondo no chão o que era mais pesado, ensacado ou engaiolado, ou estendendo
cordas para os cabides de roupas para que os olhos se prendessem. A mim parecia-me que nada
lá faltava a começar pela alegria de quem vende, de quem compra e de quem vê e se entusiasma.
Das couves, garnizés, coelhos, ratos chinos, batatas, ovos caseiros, saladas, e uma gama
muito grande de produtos hortícolas que davam jus à antiga Maia agrícola, roupas, compotas,
para levar e provar ou comer em casa, a produtos fabricados (mesmo caseiros e não só de nome):
bolinhos de bacalhau, pastéis, luisinhos, bolas de carne e pastéis de carne, bolas de toque
doce, bolachas e doces confeccionados por quem os oferecia aos que chegavam, rádios, vinhos
de variedades marcas, regiões e graduações que iam de 10º a 12,30º (à sombra, como se lia nos
rótulos), bibelôs, chinelos, artigos de papelaria, artigos belos mas já com o seu tempo,
castanhas, vinho a copo… Será que esqueci alguns produtos?
Enquanto se vendia, houve animação no Centro Social, não só de música gravada, mas, com a
presença do Rancho de S. Pedro de Avioso que puxou as belas canções folclóricas do seu
reportório, houve animação ao vivo.
No palco inacabado do Salão, como que em pré-inauguração, dançou e deliciou os feirantes,
alguns não deixaram de saltar para ele para darem um pé de dança.
A Paróquia está-lhe grata.
No Solar das Tílias a cozinha não parava de responder ao pedido do “pode sair uma bifana…
ou…” dos serventes. Muitos fizeram de lá a sua sala de retempero dominical.
Tudo foi trazido para a feira generosa e gratuitamente. A Paróquia movimentou-se.
Quem participou sente-se feliz. Sublinho que ali não houve só um dar, mas um dar-se em
atenção e alegria. Isto também vai ser entusiasmante para quem ainda tem a capacidade de se
deixar entusiasmar e vive com abertura de coração a tudo o que á Paróquia diz respeito.
Todos estão mais ricos porque deram. Aqui está o milagre de Deus que todos souberam captar e
hoje continuam a celebrar. Nada poderá pagar um coração feliz e este é dom de Deus e não é fruto
de teres mas do ser.
O fruto das vendas era para a continuação da construção do Lar de Nazaré (o Centro Social e
Paroquial), daí todo o carinho, ternura, saber e arte dispendidos.
O total apurado até agora foi de 4.020,00 € (quatro mil e vinte euros).
Foi muito, muito, muito BOM. Do Céu vem os Parabéns e estes cairão em cada um do
“FEIRANTES” deste S. Martinho de 2011. S. Martinho, que celebrámos, dividiu a sua Clâmide
(capa) com o pobre tiritante de frio, teve a dádiva da graça de ver Cristo embrulhado com
ela, pois quem “dá aos pobres empresta a Deus”. Também aqui houve dessas maravilhas sentidas.
No fim do dia, já o sol estava bem metido no Oceano, uma pergunta/exclamação permanecia no
ar:
- E agora? Quando será a próxima?
O entusiasmo é assim. A obra do Lar de Nazaré não está dependente da troika ou dos dinheiros
públicos, pois estes foram para muitos bolsos e não há mais para Obras como esta.
Se houvesse era sinal de humanização de quem gere.
Apesar de tudo pedimos esse “formos ouvistos”, com o diz o povo, saberemos agradecer com
palavras, com trabalho e bem a favor de todos, a começar pelos que vivem com maiores
dificuldades de toda a ordem.
Estou muito grato a todos. Se por vezes muitos se esquecerem, creio firmemente, que Deus
não o esquece e Se manifestará em muitas surpresas belas e santas.
2011-11-22 | Pe. Domingos
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