VITRAL DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA MAIA

Os vitrais da Igreja de Nossa Senhora da Maia foram inaugurados no dia 24 de outubro de 1993. São da autoria da pintora
Zita Magalhães e foram executados na empresa Grassi, em Milão.
O vitral da Ressurreição de Cristo é o maior vitral português com 72m2. A imagem abaixo é uma reconstrução
digital, na qual se pode observar a obra completa, sem as 3 colunas que se encontram à sua frente.

A autora descreve assim a obra:
Os vitrais da Igreja de Nossa Senhora da Maia desempenham uma função arquitetónica e simbólica.
A introdução de uma superfície translúcida, colorida, fazendo parte da própria estrutura da Igreja, confere-lhes um
papel arquitetónico que se apresenta, neste caso, indissociável de uma função pictórica.
Criando um clima luminoso particular, no espaço anterior, pretendem proporcionar, ao mesmo tempo, um sentimento
de recolhimento e de abertura ao transcendente.
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
A temática que informa este vitral, impulsionadora da organização estrutural e composição cromática, assenta na
doutrina de Cristo, segundo o Evangelho de S. Lucas (Lc 24, 44-49):
"Isto que vós estais vendo é o que queriam dizer as palavras que eu vos dizia quando ainda estava convosco;
era necessário que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Assim é
que está escrito e assim importava que o Cristo padecesse e ressurgisse dos mortos ao terceiro dia; e que em Seu Nome
se preparasse a penitência e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois o testemunho
de tudo isto."
Cristo Ressuscitou. A Sua representação irrompe de pequenas formas, algumas de feição naturalista, deixando o que é
material e terreno, num movimento simbólico, traduzido pelo tecido gráfico do painel, que ascende para uma zona de luz
mais intensa e espiritual, de significação sagrada, onde a alusão a subtis figuras de anjos marca esse espaço imaginário,
transcendente do Além.
A Virgem Maria, contemplativa do mistério da Ressurreição, é seguida na Sua fé, pela humanidade, desde os primeiros
cristãos até aos nossos dias. A colocação da Sua figura na composição traduz a ligação do que é terreno ao sobrenatural.
Ela é, ao mesmo tempo, Pessoa da Terra e Ser pertencendo ao reino dos Céus.
Zita Magalhães
As imagens seguintes ilustram diferentes perspetivas do Vitral. Repare como até de noite se revela grandioso quando
visto de fora.
A redação recolheu alguns dos artigos que se publicaram no BIP, a propósito da inauguração do Vitral.
Lentamente, mesmo a metro, a colmeia humana avançava ao longo dos andaimes na colocação dos
vitrais da Igreja Nova. Deixei os meus olhos vaguear ao longo do vitral e tive vontade de
contar, vidro a vidro, todas as peças que o compunham. Tentei... voltei a tentar, tarefa
difícil pois os vidros e as cores cruzavam-se sem cessar. Precisava de ajuda de uma ou mais
pessoas, de unir esforços... Sorri, o porquê da existência deste vitral estava finalmente
encontrado. Tinha sido a união de esforço dos “Maiatos” que gerara toda esta força criadora e
que transpusera para cada vidro, cada pedaço deste vitral, o seu esforço individual, o
esforço das gentes da Maia, gente de muito valor que quis deixar a marca da sua passagem, para
sempre perpetuada.
Levantei-me... estava na altura de mais uma fotografia, captar mais um “momento”,
registar o presente imediato, a possibilidade de, no futuro, rever as imagens perdidas no tempo.
J. Muchagata Duarte
(escultor/professor)
Várias têm sido as pessoas que visitaram as nossas igrejas para verem os vitrais.
Muitas têm sido aquelas, tanto gente de cultura Universitária, como gente simples e de todos os
quadrantes que deixam uma palavra de parabéns e de encanto por tão bela obra. Desde sempre a
Igreja teve em grande conta as Artes. Os Vitrais enriquecem o nosso Património.
Pe. Domingos
Foi com grande agrado meu que pude presenciar alguns comentários dos visitantes da igreja de
Nossa Senhora da Maia, aquando da inauguração dos vitrais. Ouvi de todos uma palavra de apreço
e parabéns pela obra então inaugurada. “Estamos perante uma obra, diferente talvez do habitual,
mas não menos bela” diziam uns. “A pouco e pouco a Igreja está cada vez mais acolhedora”;
“Realmente está bonito!” diziam outros. É claro que me senti feliz!
Os parabéns não eram para mim, nem para ninguém em especial, mas sim para todos quantos têm
contribuído, de uma forma ou de outra, para que a Igreja de Nossa Senhora da Maia -
a nossa igreja - seja aquilo com que se sonhou.
Dora Branca Nunes
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Zita Magalhães Pintora
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Zita Maria de Almeida Alves de Magalhães nasceu em Lisboa, Santos-o-Velho.
Licenciou-se em pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, em 1964.
1963 - Autora do desenho do grande mosaico da Gare Marítima de Passageiros do Porto de Leixões - Prémio Conjugação das Três Artes
1970/72 - Participa em exposições colectivas da Galeria Alvarez - Porto.
1973 - Exposição individual Cascais.
1975 - Participa na exposição "Levantamento da arte do Sec. XX no Porto" no Museu Soares dos Reis
1980 - Subscreve o "Manifesto por uma Nova Renascença" que visava "(...) promover a maior cultura
do povo português, por meio de conferência, do manifesto, da revista, do livro, da biblioteca,
da escola...". Manifesto que teve, entre outros, o apoio de José Augusto Seabra, Júlio Resende,
João Araújo Correia, António Corte Real, Jacinto de Magalhães, Manuel Coelho dos Santos.
1983 - Expõe no Bristol City Museum and Art Gallery "Twelve Artsts from Northof Portugal", UK.
1986 - Concepção gráfica, com Francisco Laranjo, da publicação "Declaração Universal dos Direitos
do Homem Ilustrada por 30 Artistas Portugueses". A edição teve o apoio da Fundação Eng.
António de Almeida e Associação Europeia de Professores
1987 - Expõe nos Paços Perdidos do Palácio das Nações Unidas, em Genebra, os desenhos
originais da mesma publicação.
1980/82 - Participa nas Bienais de Vila Nova de Cerveira - I, II, IV e V.
1987 - Autora do livro "Educação Visual" editado pela Porto Editora.
1987/88 - Primeira Diretora Regional de Educação do Norte.
1988 - Louvor Publico prestado pelo Ministro da Educação "(...) pelo zelo e dedicação que
aplicou no desempenho daquele cargo, sobretudo na fase difícil de implantação (...)".
1988/94 - Presidente da Comissão para a Promoção dos Direitos Humanos e Igualdade na
Educação Desp. 19(ME88)
1989/00 - Anima atelier de artes plásticas em Faro, no Refúgio Aboin Ascenção, em parceria
com o pintor Alan Nuttall.
1994 - Autora do vitral do Altar-Mor da Igreja da Nossa Senhora da Maia.
1995 - Autora dos nove vitrais da Igreja da Nossa Senhora do Bom Despacho.
1996 - Autora do vitral do Claustro do Hospital de S° José, Lisboa.
1995/01 - Executa painéis em vitral para habitações em Lisboa, Coimbra, Porto,
Maia e ainda para pequenas capelas (15 trabalhos).
1986 - Expõe pintura na Montserrat Gallery, em Nova Yorque.- Executa pinturas a óleo
sobre tela para Instituto de Genética Médica, no Porto.
1998/01 - Responsável e coordenadora do restauro de vitrais, pinturas murais e sobre tela,
ornatos em estuque do Palácio Valle Flor, classificado Monumento Nacional -
hoje Pestana Palace Hotel, Lisboa.
2003 - Autora do livro "Pestana Palace Hotel".
2004 - Autora da brochura "Palácio Valle Flor - Ornato e Estilo" traduzido em espanhol,
francês, inglês, alemão e japonês".
2005 - Autora da serigrafía comemorativa dos 25 anos do IGM em homenagem ao seu
fundador - Professor Doutor Jacinto de Magalhães.
2012-06-03 | Redação
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